Dos 76% dos estabelecimentos que abriram no Carnaval, mais da metade registrou prejuízos, aponta pesquisa da Abrasel
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgou os resultados da pesquisa realizada com empresários do setor, abrangendo o período de 19 a 26 de fevereiro, com 2.128 respostas em todo o Brasil. Os dados revelam um cenário desafiador para os estabelecimentos no estado do Ceará, com impactos significativos nos resultados financeiros e operacionais. De acordo com os dados coletados, janeiro apresentou dificuldades para muitas empresas, com 33% delas operando com prejuízo.
Apenas 31% conseguiram registrar lucro, enquanto 36% operaram em estabilidade. Além disso, mais da metade (58%) dos bares e restaurantes observaram um desempenho menor em janeiro em comparação com dezembro do ano anterior. Taiene Righetto, presidente da Abrasel Ceará, comentou sobre os desafios enfrentados pelo setor: "A pesquisa mostrou que janeiro foi um mês difícil para o setor, com faturamento abaixo de dezembro e muitas empresas no prejuízo. O consumo dos turistas no Ceará foi muito aquém do esperado, com um ticket médio reduzido, sinalizando uma tendência de economia por parte dos consumidores", ressalta.
Quanto ao Carnaval de 2024, 76% dos estabelecimentos conseguiram abrir suas portas durante o feriado. No entanto, quase metade desses (48%) registrou resultados piores do que no mesmo período de 2023, enquanto 38% relataram um aumento no faturamento em comparação com o ano anterior. Vale atentar que 3% das empresas não existiam no ano passado.
"O Carnaval, que geralmente traz esperanças de recuperação, teve seu brilho ofuscado pelas fortes chuvas e interrupções no fornecimento de energia. Isso afetou a operação de bares e restaurantes, que ficaram sem energia por dias, resultando em uma queda significativa na frequência de clientes e prejuízos financeiros consideráveis, incluindo perda de mercadorias", ressalta o presidente.
Além dos desafios sazonais, a pesquisa também revelou preocupações sobre inflação e endividamento. Quase metade (46%) dos estabelecimentos não conseguiu aumentar os preços nos últimos 12 meses, enquanto 55% têm dívidas em atraso, com impostos federais, estaduais e empréstimos bancários sendo os mais comuns. "A Abrasel Ceará reforça seu compromisso em apoiar os empresários do setor e continuar trabalhando em conjunto para superar esses desafios e promover um ambiente mais favorável aos negócios de bares e restaurantes no estado", conclui. Simbora lá?